sábado, 28 de agosto de 2010

Laura










meus crimes passageiros consomem tua inocência Laura..
essa violência do teu olhar é o que mais me feri..
eles me cortam aleátoriamente e ainda querem meus pedaços..
só queria um pouco de maldade, apenas uma pitada..
assim deixaria queimar esse infinito querer em brasas e me restaria tuas cinzas
Laura, você se torna meu brasão, minha parte que gosto de lembrar, minha parte inteira
ache e me aponte tua direção, eu nem quero dormir essa noite, deixarei o sol ser cumplice..
mas a timidez do sol faz a nuvem cobri-lo, então me cubro da tua timidez agora..
meus lemas são marcos, teus temas são raros e feito de imaginação..
mas imagina tua lenda viva em mim, tua tenda acampada em mim. imagina Laura.
te calçaria com meus preciosos marmóres..
te vestiria com o gatilho dos meus braços..
sonharias em meu peito, narraria teu olhar..
ah.. Laura, quem penso que sou?
você é tão perfeita que chega a não existir..
e nas vezes que você não existe é as vezes que mais te vejo..
te vejo ainda em detalhes, em perfil ultra-perfeito..
perfeito é teu corpo queimando em graus de fevor..
sinto na minha mão o célsion te atacar e crescer valorosamente..
vastamente tu me rasga ao me levar á um grau elevado da lucidez..
meu raciocinio para, estaguina, congela...
minha mente congela e meu corpo ferve..
meus olhos poluem-se sem que eu saiba definir o que vejo..
o que vejo agora é um brilho encomodante tentando me cegar e te afastar de mim..
luto contra o brilho, rolo por cima de você tentado esconder-me do brilho forte..
mas fui fraco Laura...
não sei mas como te ver..
agora você não existe e eu não te vejo..
prefiro quando você não existe...
mesmo se calada.. 




sergio'marthin

Sertanejo apaixonado





meu universo se torna inverso
quando em versos tento te mostrar meu afeto..
são tão grandes que nem cabem no oceano aberto..
me pertubam conte-los e me agridem ao regresso..
se tornam em números reais ou naturais ao exesso..
transformando-me em pequenos pedaços de sucessos...
e quando penso em meu vazio
me vem logo um arrepio..
um desconsolo na alma, um frio.
sinto o sereno me morder à beira do rio..
que sem ondas não me quebram ao meio..
me leva ao meio dele e de mim, mesmo em um planteio
mesmo sendo um fraguimento de anseio..
ainda sinto seu medo de sorrir no meu recreio..
meu universo se inverte ao longo das palavras sem vogais..
os meus olhos tomam a frente dos teus olhares:lunares e inspirais..
não há mais meio termo nem quase iguais..
meu termo é que sou, meu passado é o que fui..
e minha metade do que penso ser.. 
é o pedaço do presente corrompido pelo futuro perdido no presente quase garantido.






sergio'marthin

Nos detalhes e nos milhares, ali estarei.



Vem chegando o verão,

Vem queimando uma nova solidão

E tudo em volta é mera ilusão..
Tenha eu sido amargamente cortado ao meio..
Ou talvez emolado pelo receio.
Não sei se tenho sonhado com a vida..
Ou se tenho vivido um sonho..
Ás vezes, quase sempre, me flagro desenhando um futuro..
Mas certas linhas de decalques são tortas, por que ainda rabisco o passado..
Pego meu desejo e guardo no bolso..
Sujo qualquer oportuna miragem..
Por medo de sonhar vivendo..
E viver sonhando..
Mas lá no fundo dos meus olhos guardo um mapa..
Um mapa distinto de valores..
Mas enquanto isso, me transformo em nuvem pra sobrevoar seus passos..
Me levo a ser um pássaro pra testemunhar um sorriso com o meu canto..
Me transporto pra perto do teu sonho sendo teu príncipe..
Vou correndo sendo a brisa que te toca..
Serei eu sereia pra sentir nos teus olhos o encanto da magia fabulosa..
Serei também estrela cadente para chamar tua atenção e te fazer desejar..
Arrancarei o brilho do teus olhos quando eu, o SOL, refletir no teu rosto o amanhecer..
E serei real..
Estarei real..
Basta você perceber..
Nos detalhes das danças das flores
Nos impercebíveis pingos de chuva
Nos milhares segundos de cada dia
Nos discretos cantos do pardal..
Ali estarei.
Basta você perceber..




sergio'marthin